quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

FALAR COM QUEM JÁ SE FOI

Uma coisa muito difícil é perder quem você ama
Para as mães que perderam filho então, parece uma dor que nunca acaba. 
Como falar com eles e saber se estão bem? Podemos fazer isso? 
A vontade de falar com quem se foi é grande em muitas pessoas mas isso nem sempre é possível. 
Seguindo a teoria espírita, tudo depende de como a pessoa desencarnada era
Eles dizem que, a partir do momento da morte, existem coisas que precisam acontecer antes da pessoa ter a consciência de que morreu e isso depende do tempo de cada um e não de um tempo certo para todos. 
Outra coisa importante é saber que ninguém morre na hora errada ou por motivo errado. Se a hora chegou, não tem jeito. 
O tipo de morte depende de resgate, de idéias colocadas na mente inconsciente ou consciente, do desejo, enfim, é diferente de pessoa para pessoa. 
Tem pacientes terminais que se recuperam e continuam vivendo assim como outros podem morrer por causas simples e tudo depende exclusivamente de cada um. 
Cada um tem uma história que vem de muito tempo. Podemos hoje ser bons mas podemos ter sido assassinos em outra vida. Podemos ter sido soldados em uma guerra e ter tirado a vida de alguém, mesmo sendo como soldado e podemos ter cometido atrocidades que seríamos incapazes de conceber hoje em dia. 
Isso nos leva a um resgate de dívida. O aprendizado nem sempre é exatamente do jeito que achamos que deve ser. 
No caso das mães, ter um filho morto pode significar que ela tirou a vida do filho de alguém, que precisa superar a dor, que esse filho pode ter vindo apenas para fazer com que ela desenvolva alguma atividade de ajuda coletiva, enfim, devemos procurar uma razão além da dor e da vitimização. 
Uma coisa que é unânime em várias religiões é o pensar em tudo de bom que o desencarnado fez ao invés de lembrar das coisas ruins. 
Isso ajuda a aceitação e no esforço de aprender a ser melhor, tanto para quem foi como para quem fica. 
Admiro quem supera essa dor da perda em ações de ajuda. Tem muitos médicos que se formam por causa da perda de pessoas e muitas outras se solidarizam com o sentimento alheio onde antes nem ligavam. 
O que precisamos é entender que é uma viagem sem volta e que todos vamos nessa direção, dia a dia. Prefiro pensar que vou voltar para a vida verdadeira que é a do espírito. 
Dizem que faz mal ficar cultuando o morto porque essa é apenas uma das vidas que a pessoa passa e esse culto os prende na dor também. 
Outro detalhe é que parentesco só existe aqui na Terra. Os espíritos não são parentes. O fato de ter nascido de uma pessoa não quer dizer que essa pessoa é a mãe sempre. A mãe de hoje pode ter sido a irmã de ontem, ou o pai, um amigo ou até mesmo um inimigo. 
Quantos filhos fazem suas mães sofrerem e isso deve ser entendido como um conflito para ser resolvido entre espíritos que tiveram problemas entre si. 

Ficar lamentando a morte de jovens que tinham a vida pela frente perde o sentido a partir do momento em que pensamos na vida como eterna e que o tempo de ir é diferente para cada um. Tem crianças que morrem ao nascer ou morrem até mesmo antes. 
A melhor coisa a se fazer é procurar alguma coisa para ir diminuindo a dor e o pensamento e isso parece ser impossível mas não é. 
Existem filmes, religiões, trabalhos voluntários e muitas coisas que podemos fazer para distrair o pensamento mas sempre em conjunto com outras pessoas. A solidão não é boa conselheira nesses casos. 
Se ficarmos pensando no desencarnado como se estivessem próximos, podemos estar condenando essa pessoa a ficar presa neste plano sem alcançar a luz, ou ir para onde precisa ir para evoluir. 
Tem culturas que se desfazem das coisas da pessoa, de roupas e objetos para facilitar o destino do morto. Mesmo porque, o fato de manter essas coisas nos prende ao pensamento e podemos estar prendendo o espírito da pessoa também. 
Todas as comunicações que já vi receberem correm na mesma direção que é o pedido do desencarnado para que as pessoas pensem neles com alegria mas que não sofram por isso por estarem bem e seguindo o seu caminho. 
Também não podemos pensar que a nossa morte vai ocasionar um encontro porque isso também pode não acontecer por causa dos planos que estamos em relação ao outro. 
Ou seja, nada do que eu diga aqui pode aliviar qualquer dor e sim, despertar para a consciência de si e do outro. 
O fato de estarmos fechados em uma dor da perda pode nos cegar para a chegada de um outro que gostaria ou precisaria estar conosco. 
Penso que a vida na Terra é uma estrada a qual estamos caminhando, a pé, passo a passo e de vez em quando encontramos quem caminhe conosco assim como encontramos casas que nos dão abrigo. Nessa estrada encontramos e desencontramos pessoas, lugares, comidas, abrigo, desentendimentos, amor e assim vamos andando até chegarmos ao fim da estrada. Como vamos lidar com o que aparece é que faz a diferença. 
Podemos ir caminhando com dor, com egoísmo, com orgulho como podemos ir com amor, com oferta de carinho, com solidariedade e compreensão. 


Existem sim meios de se comunicar com os espíritos através de centros espíritas (kardecistas), através da apometria, por sonhos, por vidência mas será que depois de conseguir saber como está a pessoa você vai se acalmar ou vai querer falar sempre? 
Será que você está ciente de que, mesmo em nome do amor, estar prejudicando quem se foi? 
Dói, eu sei que dói e não conseguimos esquecer mas podemos seguir os conselhos dos outros e nos abrir para a vida que está na nossa frente novamente e colocar, no espaço vazio que ficou, muitas outras pessoas que precisam de amor e de atenção. 
Sai de casa e olha em volta. Quanto mais você pode fazer pelas pessoas que ainda estão aqui? É mais fácil ficar sofrendo e com pena de si mesmo e fazendo o outro sofrer por isso ou é melhor ir adiante e dar o que temos e que foi reservado para um, para muitos. 
Com atitudes de superação e amor estaremos contribuindo para o bem estar próprio, de quem foi e de muitas pessoas nesse e no outro mundo. 
Quando apenas ficamos sofrendo e sem fazer nada, lamentando o tempo todo, estaremos cavando um buraco para cair dentro. 
Quando você sentir a presença de uma pessoa querida que se foi, converse um pouco mas diga que você entende que ela só deve estar ali se for um espírito de luz e a deixe ir ou até a mande embora. 
Seja forte pelo bem de todos. 
Se for preciso, qualquer centro espírita (kardecista) ou de Ramatis, tem literatura, palestra e atendimento para te ajudar. 
Vá em frente! 

Um abraço!

Um comentário:

Unknown disse...

Boa noite, amiga Regina!
Espero que todos os seus estejam bem...
Amei esse seu texto, enfim, A Vida sempre continua!!!
Paz e Bem sempre