sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

PREPARAÇÃO DO MÉDIUM NA UMBANDA

O que faz de uma pessoa um médium espiritual? - Blog Astrocentro

Sabemos que através da mediunidade (ou sensibilidade mediúnica), o ser encarnado consegue se comunicar com outros seres já libertos da matéria (situação em que a palavra é mais empregada) e, até mesmo com seres ainda encarnados que estejam em outros locais. Essa mesma mediunidade também pode nos colocar em contato com o Reino Elemental e em alguns casos, com entidades que se apresentam como extraterrestres e intra-terrestres. 

O tipo de mediunidade mais cultivada no meio espiritualista sempre foi o de incorporação, apesar de existirem outras possibilidades que o ser humano tem em potencial, como a de captar e emitir pensamentos, orientações espirituais, a clarividência, a clariaudiência e outras mais que envolveriam inclusive menos gastos energéticos no trato com o mundo não físico e poriam os adeptos em contato mais estreito com seus protetores, na medida em que não precisariam estar incorporados para sentirem e entenderem a aproximação deles. 
Vamos nos basear na mediunidade de incorporação lembrando, no entanto que, seja o tipo que for a mediunidade, para ser bem utilizada e o médium poder contar com a ajuda de Guias Verdadeiros, ele tem que ter na mente e nas ações os conceitos de HONESTIDADE e RESPEITO, pois sem isso, mais cedo ou mais tarde, acabará por se tornar presa fácil do Baixo-Astral. 
O que faz uma pessoa procurar o Espiritismo em particular, a Umbanda? 
O real significado da palavra Espiritismo = Espírito + ismo – palavra formada pelo radical “espírito” (alma ou sopro imortal) mais o sufixo grego “ismo” (crença, escola ou sistema). Doutrina fundamentada na crença da existência de comunicações por intermédio da mediunidade entre vivos e mortos ou espíritos encarnados e desencarnados. 
Se formos analisar os motivos que levam as pessoas a procurarem a Umbanda (e até mesmo outros grupos religiosos) veremos que estarão invariavelmente dentro de uma das seguintes situações: 
1. Problemas de saúde (ou têm alguém conhecido nessa situação) e, não procuraram ainda um médico seja por que motivo for ou já o fizeram, mas não conseguiram êxito para a cura pretendida; 
2. Dificuldades na vida amorosa, financeira ou familiar, provocadas por perturbações inexplicáveis; 
3. Curiosos que querem ver de perto esses “milagres” que dizem acontecer no Espiritismo; 
4. Problemas que já detectaram como de fundo espiritual e precisam de orientação; 
5. Sentiram-se atraídos sem que nem bem soubessem o motivo (caso bem mais raro). 
Para qualquer caso acima citado, será preciso, desde a primeira fase de seu entrosamento com o culto, de orientações claras que lhes possibilitem entender como pode se dar uma possível solução para seus problemas, e para isso, os responsáveis pelo Templo deverão estar cientes das responsabilidades que assumirão a partir do momento em que se predispõem a ser orientadores. 
Em se tratando de pessoas que por quaisquer desses motivos tenham realmente que receber treinamento para trabalharem a sua mediunidade (o termo é esse mesmo – receber treinamento), há de se convir que a responsabilidade torna-se ainda maior porque, uma pessoa que se entrega em confiança para que um dirigente ou pai no santo venha a tratar de algo que pode mexer com seu EU mais profundo, o que pode inclusive (se mal orientado), levar a pessoa à loucura, tem que ser respeitada, aprender a respeitar, ser tratada com honestidade e aprender a ser honesta com seus protetores, seus semelhantes, seus Guias etc. 
A primeira lição que o médium tem que aprender é a da "lealdade e da honestidade". 
O médium que inicia seu caminho sem entender o que é ser honesto consigo mesmo e suas entidades, já estará iniciando o caminho com os pés na lama e correndo o risco de afundar em bem pouco tempo. 
Todo médium deve compreender que as entidades que lhe acompanham não são “gênios da lâmpada” e, que o trabalho que virão a desenvolver estará diretamente ligado à evolução espiritual deles e a do próprio médium. 
Deve compreender também que não é só porque estão “do outro lado” que devem ser compreendidos como deuses ou espíritos santos, pois muitos que lá estão, têm mais fácil acesso ao mundo material por estarem vibrando na atmosfera terrestre porque podem ter ainda, um corpo astral muito denso. 
O respeito a todas as entidades é fator importante, mas a obediência cega, seja para com que entidade for, é imperdoável (a não ser em casos muito especiais e quando essa entidade já deu provas suficientes de que é capaz de orientar adequadamente). 
Os médiuns iniciantes que nunca incorporaram, começam a se balançar durante as seções e, muitas vezes quando se canta para qualquer guia. 
O pai de santo, zelador de santo enfim, o responsável pela casa, normalmente tem a capacidade de dizer quais são os guias regentes da pessoa, seja através de vidência, intuição ou por jogo de búzios (apesar de eu mesmo já ter presenciado muitos erros). 
O mais certo é esse iniciante participar de giras de desenvolvimento para não dar trabalho nas giras de atendimento e ir se conectando à sua incorporação de maneira mais gradativa e mais adequada. 
Normalmente quem abre caminho para as primeiras incorporações são os exus porque são os mais próximos de nós e são os mensageiros e os trabalhadores dos guias e orixás. 
Nesses primeiros momentos de incorporação o médium fica confuso, com vergonha, ainda é muito consciente, sacode muito, a sua fala sai sem confiança, não tem certeza de que o que o guia ou exu que veio é realmente o certo, mas, com o tempo tudo vai se ajustando (esse tempo pode durar mais de um ano). 
Nesse tempo de desenvolvimento acontece muito de o médium gostar de determinado guia e achar que está recebendo ele. Muitos não simpatizam com o que tem e isso causa ainda mais confusão. Por exemplo, tem muitas pessoas que adoram Ogum, mas se descobrem filhos de Xangô e não aceitam bem. Não quer dizer que eles tenham que deixar de gostar de Ogum, apenas não é o orixá regente da sua cabeça, ele age apenas como um protetor da pessoa por afinidade. 
Outro problema que se encontra demais nas casas espíritas é a forma de incorporar ser idêntica ou parecida entre os membros. 
Esse comportamento de dança, de trejeitos, de fala é particular de cada um como o é em nós. Mesmo que haja dois boiadeiros em terra, não significa que devam fazer as mesmas coisas porque cada um tem suas próprias características. 
O fato de se identificar como boiadeiro também não significa que ele tenha sido um como encarnado. Significa apenas que ele vibra nessa energia porque cada um tem funções de ação específicas como: caboclos – descarrego e cura; pretos velhos – orientação e cura; Xangô – justiça; Ogum – vencer inimigos e abrir caminhos e assim sucessivamente. 
Em geral, as ferramentas são parecidas como os chicotes, cachimbos, pemba entre outros, mas não precisa ser tudo necessariamente igual. Aliás, tem muita gente que se enfeita bastante desnecessariamente e colocam a sua vaidade na frente. 
Em geral, os guias precisam de pouco para trabalhar, mas muitos médiuns compram uma verdadeira fantasia para eles o que estimula a vaidade de ambos. 
Uma roupa branca, um fio de conta de Oxalá são as únicas coisas que qualquer médium precisa para começar. Essa roupa branca pode ser simples, decente e se for saia que haja uma bermuda (calçolão) por baixo. 
Nas giras de exu pode-se usar a mesma roupa branca, mas sem o fio de conta de Oxalá. Apenas isso. Não aconselho dar bebida e fumo para os iniciantes e se for pedido, que seja em pequena quantidade, mas nunca uma cachaça. 
Médium de berço: essa expressão é muito comum sendo que todos somos médiuns de berço, ou seja, já nascemos com a nossa capacidade ou missão de médium para desenvolvê-la ao longo do tempo. 
Existem médiuns que começam a se manifestar na infância, isso porque tem um grau de sensibilidade muito grande, mas, é aconselhável tratar isso de maneira a controlar ou até mesmo suspender isso até que a criança ou o jovem possa fazer 18 anos porque religião é escolha e não imposição. Os pais podem procurar uma casa espírita e receber aconselhamento de como ajudar a criança, mas nunca impor a sua introdução à religião mesmo que esta seja uma frequentadora em função dos pais. 
Esses casos são inusitados e não são uma regra. Em geral, a partir dos 15 anos as pessoas começam a despertar a mediunidade (de qualquer tipo). Então, para que não haja problemas, aconselho que todas as pessoas tenham educação religiosa desde pequeno. Nada exagerado ou imposto, mas que haja pelo menos, o ensino da honestidade, compaixão, amor, ou seja, sentimentos nobres que podem ser aprendidos. Existem muitos ateus que se deparam com a mediunidade e precisam ressignificar os seus conceitos, mas em geral, os ateus possuem um comprometimento com bons comportamentos por acreditar neles. 
As giras de desenvolvimento são importantes, mas, muitas casas não mantêm porque os médiuns não comparecem. Isso já é um erro porque os iniciantes já podem estar “se achando” e é aí que começa o exercício da humildade. Nós somos apenas instrumentos e é assim que devemos pensar. 
Podemos ter guias ótimos, que orientam bem, que acertam sempre, ajudam sempre, mas isso é através de nós e não somos nós. 
Se você quer se sentir importante então estude e alcance cargos de trabalho para ter essa importância ou então, faça você mesmo algo para ser importante, mas, não cresça de importância em cima dos guias ou orixás. 
Conheço pessoas que ficaram até famosas com seu trabalho mediúnico, mas que não duram muito tempo porque a vaidade é corrosiva e sempre leva essas pessoas a uma derrocada muito feia. 
Também não pense em enriquecer com isso porque também não vai acontecer. Você pode até ganhar dinheiro, mas isso tem que ser consentido e os valores não podem ser astronômicos porque você reduz o círculo de atendimento, ou seja, discrimina as pessoas nos momentos em que elas podem estar mais precisando. Afinal, esse trabalho é de ajuda e pode ser cobrado, mas tem que haver um espaço para quem não tem dinheiro também. 
Eu já passei por uma situação de não cobrar pelo jogo e as pessoas virem toda hora para perguntar besteira. Aí elas vão em algum outro lugar, pagam caro para ouvir as mesmas coisas e passam a dar valor ao que pagou. Eu tinha um desgaste de energia e de materiais para no fim não ter valor algum sobre o que eu havia dito. Assim, passei a cobrar para cobrir as minhas despesas com as coisas do orixá e o tempo gasto e com isso consegui que as pessoas me procurassem quando tinham um problema real a ser resolvido. Nunca deixei de atender qualquer pessoa que não pudesse pagar e gastava o tempo que fosse preciso, do mesmo jeito que atendo a quem paga, mas divulgar a gratuidade você atrai muitos curiosos e gente que não tem o que fazer e vem “ver qual é”. 

Um abraço.
Regina

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