sábado, 14 de janeiro de 2023

FAVAS DOS ORIXÁS – ORIGEM - A QUAL PLANTA PERTENCEM

 

Esse trabalho é apenas baseado em pesquisas pela internet em função da curiosidade de saber de qual fruto é a fava dos orixás.

A dificuldade foi enorme em encontrar a árvore originária e o  país de origem já que algumas foram substituídas por sementes brasileiras ou que foram trazidas para o Brasil e proliferaram.

Se alguém quiser ajudar e corrigir algum erro, eu agradeço mas diga a fonte, mesmo que seja o de um zelador(a) de santo.

De acordo com a nação, podem ser usadas favas diferentes nos assentamentos ou nos trabalhos.

Como se chegou a conclusão de que qual semente pertence a um determinado orixá?

Percebe-se que houve muitas adaptações de favas africanas para as nativas do Brasil, quem fez a escolha? Qual o critério?

Essas são perguntas que eu vou ver se acho respostas.


FAVA DE ARIDAN

ORIXÁS:  Exu, Ogum, Obaluaiê, Oxum, Xangô e Oxalá, dependendo do Oro Axé.

Ela também é usada em ritos de odu, ejé, sassanha e abô.

ARVORE: Tetrapleura tetraptera é uma espécie de árvore originária da África Ocidental e está distribuída do Senegal à Tanzânia a leste e de Angola e Zimbabwe a sul através dos Camarões e do Gabão.

O tronco tem 20 a 25 metros de altura e 50 a 90 cm de diâmetro. Seus frutos têm cerca de 15 cm de comprimento e quatro abas; dentro dele podemos ver que existem dois tipos de abas: uma mais fina, que contém a semente, e a outra, um par de abas um pouco mais grossa sem semente.


O nome mais usado no Brasil para esta árvore é de origem yorubá: Àrìdan e foi  trazida para o Brasil pelos escravos, com a finalidade ritualística bem como farmacológica.

Seu nome em território africano varia muito de acordo com a região e a língua local: conhecida como Akpa, Dawo, Djaga, Esesié, Essanga sanga, Essesse, Kpwa, Ora (Camarões); Angulu, Ekombele (República Centro-Africana); Badiok, Eyaka, Ezibil, Kiaka (Congo); Coeso, Enkagouma, Mbaghesa, Munyegenye, Nkouarsa, Ogagcume, Ouogueso (Gabão); Esem, Prekese (Gana), Belfou, Esehese, M'bekréhia, Tchickboue, Tické (Costa do Marfim); Àrìdan, Apapa, Bokomake, Ebuk, Esekiseki. Kombolo, Oshosho, Sassas (Nigéria). Mnandangao, Omuetanjula (Tanzania) Prekese (Togo) Kappata, Mukaba, Munengenenge (Zambia).

Acredita-se que ela tenha a capacidade de afastar malefícios e feitiços e por isso é utilizada nos assentamentos de alguns orixás e na confecção do pó de Atin.

O fruto da Tetrapleura tetraptera é tônico e estimulante. A casca do tronco, moída e misturada com mel é utilizada para tratar envenenamento, as raízes são usadas para tratar febres e malária.

É rico em proteínas, lipídios, potássio, ferro, magnésio, fósforo e vitamina C.

O fruto é utilizado em ensopados e servido às mulheres que deram a luz, com objetivo de evitar as complicações do pós-parto. Pode ser utilizado para o diabetes, repelente de insetos, cicatrização, anti envelhecimento, anti inflamatória e analgésica ereduz a dor e alivia os sintomas da artrite e artrose.


FAVA DE IEMANJÁ

Encontrei 3 tipos de favas como de Iemanjá.

Algodão. Usa-se como fava com o algodão.

O algodão é uma fibra branca (esbranquiçada) que cresce em volta das sementes de algumas espécies do gênero Gossypium, família Malvaceae. Há muitas espécies nativas das áreas tropicais da África e Ásia.

Acredito que este broto seja de algodão que é retirado antes de abrir e por isso seca e é usado como a fava de iemanjá.

 





Semente da árvore da chuva: também conhecida como chorona (Samanea saman; Fabaceae - Mimosoiseae)  é uma árvore de grande porte comum na região amazônica  e no pantanal matogrossense.





Árvore majestosa e de porte elegante, devido à singularidade das pregas mostradas pelo tronco robusto com 80 centímetros ou mais de diâmetro na altura do peito, já fora observada pelo explorador Alexander Von Humboldt em janeiro do ano de 1800 na Venezuela. É contemplada com mais frequência no pantanal mato-grossense, no nordeste mineiro e na Amazônia Ocidental, onde suas vagens doces são nutritivas e saboreadas pelo gado e pelos porcos. além disto é aproveitada em vários países, como Uganda, Madagascar e Indonésia para o sombreamento dos rebanhos e da cultura do café, do cacau e nas plantações novas da noz-moscada. É uma notável hospedeira de plantas epífitas, como samambaias, orquídeas, ripsalis, etc.

Semente de Longan ou lichia branca, também pode ser olho de dragão.

Nome científico: Euphoria longana

Nativa do sul da Ásia, é uma árvore tropical que produz frutos comestíveis cujo aspecto é o significado chinês da palavra longan: "Olho de Dragão".






Árvore de grande porte, pode alcançar até 10m de altura, mas através de podas pode ficar mais ao alcance das mãos, como as mangueiras. As folhas são verde-escuro e as inflorescências surgem nos ramos jovens em muitas flores brancas. O fruto arredondado possui casca quebradiça que envolve a bela polpa branca, a qual rodeia uma dura e grande semente marrom. No Brasil é mais costume que sejam consumidos in natura, mas em regiões da Ásia são preparados em calda. Embora todas as variedades de lichia sejam doces e suculentas, a Branca tende a ser um pouco mais firme e seca, de doçura mais acentuada. Os frutos são ricos em Vitamina C, cálcio, potássio, fósforo e ferro.

OLHO DE EXU

Ormosia arborea é uma árvore de copa frondosa e densifoliada endêmica do Brasil.  O nome do gênero "Ormosia" vem do grego, ὅρμος/όrmos, e significa colar, fazendo referência a um dos usos de suas sementes coloridas, já o epíteto "arborea" tem a ver com suas dimensões por se tratar da espécie de maior porte do gênero. Ela é conhecida por suas sementes bicolores, chamativas e ornamentais que se assemelham aos olhos de caprinos e por isso a árvore é conhecida popularmente como olho-de-cabra. Outros nomes populares mais comuns da árvore são tento, pau-ripa, angelim, arvoeiro, assacu-mirim, coroa-de-frade, coronheira, corunheira, macanaíba, pau-de-santo-inácio, pau-ripa, tento-grande e tento-macanaíba variando de acordo com a região do país.

A Ormosia arborea é endêmica do Brasil e tem ocorrência confirmada na região: Sudeste em todos os estados e também encontra-se na Bahia  e em Goiás; nos biomas: Cerrado  e Mata Atlântica; nas vegetações do tipo Floresta Ombrófila. É encontrada em altitudes de 5 até 1100 metros.

Sua madeira é utilizada na confecção de móveis, lâminas faqueadas, painéis e lambris. Sua lenha é de boa qualidade. Suas sementes são ornamentais e usadas em artesanatos. A árvore propicia ótimo sombreamento e é ornamental, portanto é uma espécie interessante para arborização de avenidas e ruas. Ela é considerada planta medicinal e é usada na medicina alternativa popular em tratamentos do sistema nervoso. 




Sua madeira é utilizada na confecção de móveis, lâminas faqueadas, painéis e lambris. Sua lenha é de boa qualidade. Suas sementes são ornamentais e usadas em artesanatos
A árvore propicia ótimo sombreamento e é ornamental, portanto é uma espécie interessante para arborização de avenidas e ruas. Ela é considerada planta medicinal e é usada na medicina alternativa popular em tratamentos do sistema nervoso. 


FAVA DE OXUM

Encontrei 2 tipos de favas para a Oxum.

Carapa Procera D.C., Meliaceae, Carapa guianensis Aubl. Nome popular Andiroba, Fava-de-Oxum, Andiroba-saruba, Iandirova, Iandiroba, Carapá, Carapa e Nandiroba, no Brasil; Cachipou e Noix de Crab, na Guiana Francesa; Carapa Tree, em inglês; Carapo, na ilha de Trindade. Repelente natural. 





As sementes são utilizadas em assentamentos e em jogos de búzios por algumas pessoas. As folhas são utilizadas em banhos e sacudimentos.


Semente de Parinari é um gênero botânico pertencente à família chrysobalanaceae.

Tem mais de 50 espécies. Achei uma correspondente chamada Jaraguaçaba que é uma espécie brasileira.



CARATINGUÁ, vem do tupí, mais a etimologia ainda não foi descoberta. Também recebe o nome de fruta ou Oití de Guará, Fruta de Ema ou Oiti de Ema.

Origem: Nativa do cerradão ou dos campos onde o solo é bem arenoso, aparecendo nos estados de Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e São Paulo, Brasil.

FAVA DE ABERÊ:

Semente de Parinari é um gênero botânico pertencente à família chrysobalanaceae.

Tem mais de 50 espécies. Achei uma correspondente chamada Jaraguaçaba que é uma espécie brasileira.

ABEERE é o nome local na Nigéria para a semente de Hunterria Umbellata.

A planta cresce na África Ocidental e pertence à família Apocy-naceae e é da fruta africana Osu cultivada no sul da Nigéria




É uma poderosa planta medicinal de uso antigo no tratamento de várias doenças.


FAVA DE OXOSSI

Usa-se a fava de Aridan também para Oxossi.

Semente de Ayo - Caesalpinia bonduc  é uma espécie de planta pertencente à família Fabaceae com uma distribuição pantropical.

A planta é uma liana, com aspecto semelhante a uma vinha, que atinge cerca de 6 m de comprimento que se espalha sobre a vegetação. Os turiões são recobertos por espinhos recurvados.





Produz sementes acinzentadas com 2 cm de diâmetro, com aspecto de nozes, que são impermeáveis e flutuantes, capazes de permanecer durante muito tempo a flutuar, o que faz delas favas do mar quando arrastadas pelas correntes oceânicas.

É nativo dos trópicos da África, américa, Ásia e Oceania e ocupa 49,3% do território brasileiro e se estende através da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guianas.

É conhecido sob os nomes de gato olhos ou canique cinza em Antilhas francesas, Cadoc em Reunião e Maurício e olho apanhador em New Caledônia.

 

PINHA – também usada como fava de caboclo.


Pinus pineo, conhecido também como pinheiro-manso, é uma espécie de porte arbóreo que se destaca pela sua produção de pinhas. Esta árvore, originária da região mediterrânica, pertence à família Pinaceae e ao género Pinus.

O pinheiro-manso é uma espécie heliófila, muito resistente, capaz de se adaptar a solos pobres e temperaturas elevadas. Na atualidade, distribui-se pela costa mediterrânica, desde o Sul da Europa até à Ásia Ocidental, sendo nesta última pouco abundante.

Ainda que seja de crescimento lento, tem uma vida muito longa.

Esta árvore cresce em bosques de azinheiras, sobreiros e pinheiros resinosos.

(Pinus pinea) é uma espécie de pinheiro originária do Velho Mundo, mais precisamente da região do Mediterrâneo. Desde a pré-história, esta árvore é aproveitada como fonte de alimento, devido aos pinhões que produz, sendo uma espécie bastante disseminada.


FAVA DE OBARÁ

Usa-se fava de Alibé  também para Obará.

O veludinho preto é uma planta nativa do Brasil, Argentina e Uruguai. Arbusto ou árvore de porte médio que forma uma copa cilíndrica ou com forma de guarda chuva quando o sol está pleno.






Nome Yorubá científico – Luehea Grandiflora Mart., et Zucc., Tiliaceae Nome popular – Fava de Obará, Ivitinga, Mutamba-preta, Acoita-cavalo, Ubatinga.


Espécie bastante rústica, tem seu nome derivado de sua aplicação pelos cavaleiros, antigamente. Galhos e folhas bastante ásperos.

Ela é da família da Tiliaceae, e tem outros nomes populares: envireira-do-campo, caa-abeti, ivantiji, ivitinga, mutamba-preta, ubatinga, uvatinga, ivatinga, cacauei, vacona-do-campo, papeá-guaçu. Uso Ritualístico: Pertencete a Ifá. Os frutos desta planta é que são utilizados nos rituais afro-brasileiros, em trabalhos com Obará, um dos signos de Ifá (Odú), com a finalidade de atrair riquezas. 


FAVA DIVINA

Uso Ritualístico: Pertencente ao Orixá Oxum. Suas semente são utilizadas popularmente para “simpatia” em crianças para aflorar a dentição.

Schizolobium Parahyba (Vell.) Blake, Leguminosae-Caesalpinoideae

Nome popular – Fava Divina, Guapuruvu 


Descrição : Nativa do Brasil. Árvore decídua de 10 a 30 m de altura. Tronco sem ramificação, coroa de folhas no ápice, casca lisa, acinzentada, com cicatrizes da queda das folhas, sendo que quando jovem a casca é verde e lisa; o ápice dos ramos têm pêlos glândulosos (pegajosos). Emite ramificações e grande altura para formar a copa, o que lhe confere um porte majestoso. A copa densa, com galhos regulares, forma uma abóboda perfeita. Fruto tipo legume, obovado, coriáceo, pardo-escuro, de 10 a 15 cm de comprimento, com uma semente, forma elíptica, brilhante e muito dura, protegida por endocarpo papiráceo.


FAVA DE OMOLU

Uso Ritualístico: Pertencente ao Orixá Omolú. As favas são utilizadas em trabalhos e assentamentos deste Orixá.



Hevea Brasiliensis M. Arg., Euphorbiaceae Nome popular – Fava-de-omolú, Seringueira
Descrição : Da família das Euphorbiaceae. Também conhecida como árvore-da borracha, seringueira-legítima.

A planta da amazônia mais importante como fornecedora de borracha. A seringueira, pertencente ao gênero Hevea, da família Euphorbiaceae, que possui a Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg. como a espécie mais importante do gênero. Hevea brasiliensis é uma planta de ciclo perene, de origem tropical, cultivada e utilizada de modo extrativo, com a finalidade de produção de borracha natural. A partir da saída de seu habitat passou a ser cultivada em grandes monocultivos, principalmente nos países asiáticos. No Brasil, seu cultivo obteve grande sucesso nas Regiões Sudeste, Centro Oeste, na Bahia e mais recentemente no oeste do Paraná


Serenoa repens é uma pequena palmeira nativa da América do Norte. Trata-se da única espécie do gênero Serenoa, pertencente à família recaceae. Também conhecida coo Palmeira da Serra.

Nomes populares da espécie são serenoa (espanhol), sabal (francês), saw palmetto (inglês), sägepalme (alemão).


GARRA DO DIABO OU GARRA DE EXU






Martynia annua Martyniaceae -  é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor – divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Lamiales  e desenvolvem desta forma embriões com dois ou mais cotilédones. São plantas herbáceas anuais, com raízes lenhosas e perenes. Nome popular – Garra do Diabo, Garra de Exú, Unha de Exú.

Uso Ritualístico: Pertencente ao Orixá Exu.

Nativa do México, América Central (ou seja, Belize, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua) e Caribe.

Esta família ocorre em quatro regiões do Brasil: Nordeste – Bahia e Ceará. Já na Região Centro-Oeste tem no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Sudeste tem em Minas Gerais e São Paulo. Na região Sul tem nos três Estados. 


FAVA DE OSSAYN

Pertence aos Orisàs Ossayn, Iyemonjà, nanã, xangô, oyá.

Encontrei 2 favas usadas para Ossayn.


ÀGBAÓ – Nome  em Yorubá- Àgbaó / Àgbamodá / Àgbawó

Nome científico -  Cecropia palmata Wild., Moraceae

Nome popular – Umbaúba, Imbaúba, Árvore-da-preguiça, Umbaíba, Embaúba, Baúna Considerações: Também chamada de arvore de preguiça, é uma arvore de tronco reto,oco, esgalhado a semelhança com o mamoeiro, folhas longipecioladas, duras, ásperas, esbranquiçadas por baixo, pecíolos lisos cilíndricos.


Descrição : Eficiência terapêutica comprovada pelo Ministério da Saúde. Embaúba (Cecropia peltata, Vellozo). Outros nomes: imbaúba, umbaúba, ambaíba, imbaíba, baúna, árvore da preguiça.

Planta urticácea brasileira que existe também na América Central. O fruto é oval, roxo (quase preto) com polpa doce, branca e aquosa. É medicinalmente usada nas afecções do trato respiratório. Tem ação de aumentar a força contrátil do coração, e por isto seu uso merece cuidados. É eficaz e eficientemente diurética.

 Uso Ritualistico: Quando se vai coletar ervas nas matas, deve-se colocar sob a imbaúba oferendas de vinho moscatel, aguardente, fumo de rolo picado, mel, moedas e búzios, com a finalidade de agradar Ossayn, para que este permita que os vegetais que procuramos sejam encontrados, caso contrário, passaremos várias vezes pela planta procurada e não a veremos. São utilizadas em rituais e banhos de purificação. Pode-se colocar oferendas de frutos para Ossayn sobre esta folha. Utilizada nos rituais de iniciação, entra no omiero do orisa sango, dos seus brotos e feito uma comida para este orisa nas ocasião do ritual de asese em seu troco existem furos onde mora uma espécie de formiga, que é feito etutu nos caminho do orisa obaluaye, existem tradições em que esta ewe também pertence ao orisa Nana, e seus talos são usado em determinados ebos de ancestralidades.

Uso em Ifá; A única referência encontrada diz respeito à espécie Musanga cecropioides R.Br., que também, pertence a família das Moraceae, Sassanha: TAWA NI IBÀ, NI AGBAÓ TAWA NI IBÀ, NI AGBAÓ É nossa a benção, É nossa a benção da embaúba. É nossa a benção, É nossa a benção da embaúba.

BURITI DO CERRADO

O buritizeiro (Mauritia flexuosa) é uma palmeira que ocorre principalmente no Cerrado, mas também pode ser encontrada nos biomas Caatinga, Pantanal e Amazônia. A árvore é uma espécie majestosa que habita terrenos alagáveis e brejos. No Cerrado é encontrada com muita frequência nas veredas, onde o solo é encharcado mesmo na estação seca. Seu fruto é o buriti, que fornece uma enorme variedade de produtos que servem como fonte de renda fundamental para agroextrativistas.


O buriti é uma árvore tipicamente brasileira, também conhecida como miriti, muriti ou palmeira-dos-brejos. Com o nome científico de mauritia flexuosa, é chamada de árvore da vida pelos povos indígenas. Isso porque ela atende grande parte das necessidades do ser humano, já que é uma fonte de nutrição, moradia e tem propriedades medicinais.


ATAARE -  Pimenta da costa

Nome Yorubá- Ataare


 Nome científico – Afromomum melegueta (roscoe). Zingiberaceae

Nome popular- Pimenta da Costa Descrição: Planta da família das anonáceas, originária do continente africano, cultivada no nordeste brasileiro. Uso Ritualístico: Pertencente ao Orixá Ossayn.

Embora atribuída a Exu, este tipo de pimenta tem várias utilizadas nos rituais dos Orixás, sendo utilizada no borí, nos assentamentos de alguns Orixás, nos rituais de Ossayn e para fazer pós e ebós. È um vegetal ambíguo, pois presta-se também para trabalhos maléficos. Todavia, tem destaque no culto, uma vez que é prestigiado no ritual da sassanha com um korin ewé próprio. È comumente mastigada pelos sacerdotes quando dirigem suas súplicas e desejos aos Orixás, pois acreditam que tem o poder de purificar o hálito. 


Uso em Ifá; Verger cita dezoito trabalhos de uso medicinal, cinco relativos à gravidez e ao nascimento, dois trabalhos para os orixás e quinze trabalhos de uso benéficos (àwúre,) cinco trabalhos de uso maléfico (àbìlù) dez de proteção contra trabalhos maléficos (ìdáàbòbò,) todos com pimenta-da-costa.

Os Grãos do Paraíso ou atarè tem sido a planta nativa favorita para curandeiros africanos, que usam suas sementes para tratar doenças de tosse, dor de dente e para sarampo .

Suas sementes são utilizadas na África Ocidental como um remédio para uma variedade de doenças como dor de estômago, diarreia e até mesmo picada de cobra. As sementes do atarè contêm gingeróis e compostos relacionados que podem ser úteis contra as doenças cardiovasculares, diabetes, e inflamações.



FAVA DE EXU E ORUMILÁ


Àyò – Olho-de-gato

Nome em Yorubá- Àyò

Nome científico – Caesalpina Bonduc (L.) Roxb., Conhecida popularmente como “fava da vidência”, a planta toda está associada a Èxù e a Orúnmìlà.

Leguminosae-Caesalpinoideae

Nome popular – Olho-de-gato, ariós, carniça, junquerionamo, silva-da-prata.


Descrição: Planta encontrada em estado espontâneo, tanto no continente africano quanto no brasil, provavelmente, porém, nativa da África. Apenas a semente é conhecida e utilizada juntamente com uma pequena pedra de rio (seixo), em jogos divinatórios, chamados de “amarração de ibo”.

Uso em Ifá; A planta é usada nos rituais de Ifá, porém, com poucas citações.

 A semente tem a mesma função oracular que nos terreiros, ou seja, é usada na “amarração de ibô”. Outros nomes yorubá: Sáyò, sénwò, séyò olópón.


ATIM

 Pertencente ao Orixá Oxalá

AKAN - Cará-moela

Nome Yorubá- Akan

Nome científico – Dioscorea bulbifera l., Dioscoreaceae

Nome popular – Cará-moela, cará-do-ar, cará-de-corda, cará-de-sapateiro Considerações: O Cará-do-ar é um tipo de inhame originário da África e Ásia


É uma planta calcidiforme, trepadeira que produz batatas na sua parte aérea. Suas folhas são cordiformes. É encontrado aqui em nosso país (Brasil), mas o seu cultivo é feito apenas de forma doméstica nos quintais do interior. Por isto é raro encontrá-lo no comércio em geral. Estes carás tem formato de uma moela de ave, e por isto também é chamado de cará-moela e é consumido cozido. Pode ser cultivada também como uma exótica planta ornamental. E na Flórida é considerada como uma espécie invasora. Descrição : Utilizado em diversos pratos na culinária nacional, porém mais conhecido é o arroz preparado com essa espécie, que faz parte da dieta da população do interior, e também muito apreciado pelos africanos. 

Uso Ritualistico:. Utilizado no preparo de um pó (atín) para boa sorte, segundo uma formula conhecida em algumas casas de santo. “Em uma vasilha de barro nova e seca, deposita-se um bife de carne de boi, pequeno e fino, deixa-se a carne criar larvas, colocando-se a vasilha sobre um telhado. Quando a carne estiver completamente seca, tritura-se até tomar a consistência de um pó. Rala-se um carámoela e mistura-se à carne pulverizada, torra-se tudo, adiciona-se efun, peneira-se até que obtenha um pó fino usa-se em casa e no trabalho para obter prosperidade”.


FAVA DE ALIBÉ

Orixá Xangô

Entada pursaetha; é uma trepadeira grande, lenhosa e trepadeira com folhas bipinadas e folíolos pequenos e arredondados. As flores são brancas. As vagens são castanhas claras, curvas e até 1 metro de comprimento. As sementes são 4-7 cm. largo, marrom, brilhante e arredondado ou às vezes retangular.


É usado no tratamento de doenças de pele, febre, abcessos, pós-parto - mialgia, terçol, inchaços glandulares e fortes dores nas costas.




Comumente conhecido como: erva dos sonhos africanos porque é usada para se comunicar com os espíritos, feijão nicker, feijão do mar, feijão de São Tomás. 


FAVA DE OXAGUIÃ E OXALÁ

Mucuna branca

Mucunã (Mucuna pruriens) é uma planta de origem africana, mas é encontrada em outros países tais como o Brasil, sendo conhecida por suas propriedades afrodisíacas e na medicina popular.




A planta é muito popular na Medicina Ayurveda, que é sem dúvida o sistema mais antigo de medicina no mundo. O uso desta erva, nessa modalidade de medicina, data mais de 4500 anos.

É conhecida também como: Velvet bens, feijão veludo, feijão da Califórnia e é de origem indiana.



PALMEIRA DE PESCOÇO MARROM 

NOME CIENTÍFICO:  Dypsis lastelliana

SINONÍMIA: Neodypsis lastelliana.

FAMÍLIA: Arecaceae.

ORIGEM: Madagascar.





Existem essas palmeiras no Brasil, Colômbia, Equador, Guiana e Venezuela.


FAVA DE IANSÃ

Vicia faba L.

Vicia é um gênero botânico pertencente à família Fabaceae que inclui um importante conjunto de plantas cultivadas de grande interesse económico como as favas e diversas leguminosas forrageiras, entre as quais as ervilhacas. O género inclui cerca de 140 espécies de fanerógramas nativas da Europa, Ásia e África.




Essa espécie é pouco cultivada no Brasil.


FAVA DE NANÃ


Baunilha (do castelhano vainilla, pequena vagem) é uma especiaria usada como aromatizante, obtida de orquídeas do género Vanilla, nativas do México. Originalmente cultivada pelos povos mesoamericanos pré-colombianos, parece ter sido levada para a Europa juntamente com o chocolate na década de 1520, pelo conquistador espanhol Hernán Cortés.


As várias subespécies são Vanilla planifólia (sin. V. fragrans), cultivada em Madagáscar, Reunião e outras áreas tropicais do Oceano Índico; V. tahitensis, cultivada no Pacífico Sul; e V. pompona, encontrada nas Índias Ocidentais,América Central e do Sul.  A maior parte da baunilha produzida no mundo é da variedade V. planifolia, conhecida como baunilha "Madagáscar-Bourbon", produzida numa pequena região de Madagáscar e na Indonésia.

A Fazenda Cachoeira do Cravo, em Nestor Gomes, interior de São Mateus, no norte capixaba,  é a única produtora de baunilha do Espírito Santo e uma das poucas no Brasil

BEJERECUM 

É usada também para assentamento de Ossayn, iniciação dos Iaôs e banho de abô.

Nome Científico : Xylopia aromatica (Lam.) Mart.


Nomes Populares: Pindaíba, Biriba, Pimenta-de-negro, Pimenta-da-guiné. 

Aframomum melegueta é uma espécie de planta da família do gengibre, Zingiberaceae. 

A especiaria conhecida como grão-do-paraíso, malagueta ou pimenta-da-guiné, de sabor pungente e apimentado, é obtida a partir das suas sementes moídas. 

É nativa da África Ocidental.

Tem sabor apimentado e resinoso. Pode ser moída junto com o café,  Senegal (café Touba). 

É usada também para assentamento de Ossayn, iniciação dos Iaôs e banho de abô.


FAVA DE OGUM

Encontrei 2 tipos de favas, essa do Jatobá e a Fava Divina (já descrita anteriormente).           




jatobá-verdadeirojatobazeiro ou apenas jatobá, ( Hymenaea courbaril) é uma árvore da família das fabáceas. É a espécie arbórea dominante na  A espécie pode alcançar 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro, embora uma árvore tenha atingido 95 metros na Amazônia.

Embora a espécie seja considerada ameaçada de extinção devido à superexploração

É considerada sagrada por povos indígenas, que serviam os frutos antes de rituais de meditação, pois acreditavam que o fruto trazia equilíbrio mental, e pesquisas recentes demonstraram que realmente, o fruto pode trazer benefícios à organização mental, o fruto é rico em ferro, e é indicado a quem sofre de anemia. A madeira do jatobá é uma das mais valiosas entre todas as espécies do mundo. Como espécie mais amplamente distribuída do gênero, o jatobá pode ser encontrado desde o sul do México e Antilhas até grande parte da América do Sul, no Brasil é encontrado desde o norte a sudeste; na Amazônia,na Caatinga, no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal, e está sendo introduzida na China, na Costa do Marfim, na Indonésia, no Quênia, Madagascar e em Uganda.

Das 6 variedades da espécie, 3 são endêmicas do Brasil, a variedade Hymenaea courbaril var. stilbocarpa está em risco de extinção, foi uma das espécies plantadas pelo Instituto Florestal São Paulo, para conservação genética. 


FAVA DE LOGUN



A Fava de Logun, conforme a imagem parece seriguela ou a fruta Jujuba.

Há quem coloque a fava de Oxum e a de Oxossi, mas vai de cada nação.

Penso que colocar uma fruta como fava no assentamento poderia apodrecer. Por falta de certeza, se alguém quiser colaborar, eu agradeço.


FAVA DE EXU

Essa foi a foto que encontrei de fava de exu e a mais próxima que achei foi a da buchinha do norte que é a foto seguinte.

buchinha (Luffa operculata) é uma planta cucurbitácea originária da América do Sul e nativa do Brasil. Sua aparência é semelhante a da bucha de banho, mas apresenta um tamanho menor (cerca de 8 cm). Os frutos da buchinha apresentam esteroides semelhantes aos hormônios femininos.

Se não for isso, agradeço a informação correta


FAVA DE ERÊ




PALMEIRA-REAL
Archontophoenix cunninghamiana (H.Wendl.) H.Wendl. & Drude
Família: Arecaceae
Divisão: Angiospermae

Origem: Austrália.

É frequentemente cultivada no Sul do Brasil. 

Além dessa semente da Palmeira Real, o que é igualzinho é a semente de coentro e se alguém souber ao certo, agradeço a informação.


OROGBO


Orogbô ou orobó, cujo nome científico é Garcinia Kola, é um fruto sagrado de origem africana, muito utilizado nos rituais do candomblé. Pertence a família da Garcinia. É utilizado na medicina tradicional africana, tendo indícios de ação anti-inflamatória e antiviral com algum efeito no tratamento do Ebola.




OBI

cola (Cola acuminata), também conhecida como ervilha-de-pombojero ou obi,

é uma árvore nativa da faixa equatorial africana cujos frutos são conhecidos pelos nomes de noz-de-cola ou obi.


Pertence à família Malvaceae, a mesma família do cacau.


DANDÁ DA COSTA



Cyperus rotundus, mais conhecida como tiririca, ou junça, é uma planta pequena, de rápido desenvolvimento, pertencente à família Cyperaceae, e ao gênero Cyperus. Produz pequenos tubérculos de alto poder regenerativo (um único tubérculo cortado pode dar origem a várias plantas) ricos em fitormônios, sendo usado inclusive na produção de mudas de outras plantas por estaqueamento. É uma planta de difícil controle no campo, quer seja por controle mecânico (capinas) ou mesmo por herbicidas.

De origem indiana, e acredita-se que a chegada dela no Brasil foi durante os tempos coloniais, pelos navios mercantes portugueses.


OLHO DE BOI


Dioclea grandiflora é uma planta encontrada no cerrado e na caatinga do nordeste brasileiro, da família Fabacea. 


Essa semente, que também pode ser conhecida pelo nome de coronha e é utilizada para fazer colares, vem de uma planta de pequeno porte chamada cientificamente de Dioclea violacea ou popularmente conhecida como cipó-de-imbiri, coroanha, micunã, mucunã assú ou pó-de-mico.



Existem uso medicinal com o olho de boi.


A HISTÓRIA DAS FAVAS DOS ORIXÁS

 FAVAS

 Encontrei um trabalho feito por Lucas Marques (referenciado no final) que diz o seguinte:

“Aquele que entra em contato com o universo do candomblé pela primeira vez logo percebe que ele é povoado pelas mais distintas “coisas”: são colares, roupas, animais, plantas, pedras, instrumentos musicais, artefatos de barro, ferro, palha, porcelanas, os mais peculiares ingredientes e até paisagens, lugares e situações específicas. Tudo parece indicar ou pertencer a uma ou outra força divina, por meio de um complexo sistema de organização do cosmos.”

“...onde cada parte do universo pertence e é parte de cada orixá; ou seja, onde a divisão mítica iorubana do universo se expandiria para as formas, pessoas, cores, matérias, perfumes, elementos da natureza, datas, tempos, espaços etc. Cada divindade possuiria um conjunto de materiais que a expressa e por meio do qual ela se materializa no mundo.

”... orixás caçadores, como Exu, Ogum, Oxóssi, Ossain e Oxumarê, por exemplo, possuem ferramentas feitas de ferro e com formas que remetem, de uma maneira ou de outra, à caça, à guerra, à agricultura ou à mata.

Outros orixás, mais ligados às águas, possuem a prata, o ouro ou o metal branco (latão) como matéria-prima, como Iemanjá, Oxum ou Oxalá, por exemplo. Outros, ainda, como Xangô e Iansã, são feitos em cobre ou bronze, e possuem como formas machados, espadas e coroas; e assim por diante... No limite, cada entidade - em sua qualidade particular - possui uma ferramenta específica, feita com o material característico daquele orixá e respeitando um determinado “padrão” de cores e formas mais ou menos variável.” (https://www.scielo.br/j/rs/a/hghGxf7Tqn9cRhhDJ9849kz/?lang=pt)

 

As  favas fazem parte dos frutos que compõem as oferendas rituais e constituem, o elemento essencial da comunhão como os Deuses, no ápice dos rituais. Elas são as primícias da terra, o símbolo de todas as benfeitorias proveniente dos Deuses que habitam debaixo da terra por representar o sol mineral, o embrião das plantas.

As favas, na qualidade de símbolos dos mortos e de sua prosperidade, pertencem ao grupo dos Deuses protetores.

Elas também representam os filhos-homens esperados; numerosas tradições confirmam e explicam essa aproximação.

Dentro do cultos dos Voduns/Orixas/inkices e outros, a fava representa e confirma a ancestralidade dos Deuses. Nesses rituais, faz-se uso tanto da fava inteira como ralada, em forma de pó. 

O pó, assim como a cinza é comparado ao sêmen, ao pólen das flores, à posteridade. Inversamente, por vezes é signo da morte. Fazer uso da fava e do pó da fava representa perpetuarmos nossa ancestralidade, as primícias da terra e dos Deuses.

Todas as favas usadas nos rituais, possuem propriedades curativas.

 

 

 

 

 




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