Às vezes passamos por situações
que pensamos ser exclusivas, mas por isso eu gosto de compartilhar a minha
experiência porque pode servir para alguém.
Comecei o processo da CNH no sul
do país em junho de 2017. Aqui tem um problema de condução porque não se tem ônibus
na hora que se quer ou precisa e nem para qualquer lugar.
Então, paguei 2.400 reais em
outra cidade sendo que o Detran ainda é em outra, só para carro. Comecei
pagando táxi para outra cidade para ir ao Detran para tirar foto e em outro dia
para o psicotécnico, exame de vista e entrevista com o psicólogo. Isso toma o
dia todo.
Obs.: Se vc não passar tem que
pagar a taxa e ir outro dia fazer de novo.
Depois de aprovada, comecei as
aulas teóricas. Três meses de teórica estudando muito até chegar o dia em que
vc tem que fazer pelo menos 25 pontos de simulado na auto escola por três vezes
para eles marcarem a prova.
Consegui passar por isso pegando
carona, mudando de horário pra adaptar ao ônibus, fiquei mais de hora esperando
o ônibus sair, enfim, uma canseira danada.
Daí, marcaram a bendita prova
que, de tanto estudar, passei com 27 pontos sendo que precisava apenas de 21.
Depois disso começamos a prática.
São 14 aulas em uma cidade e 6 onde vc vai fazer a prova do Detran para
aprender o percurso.
Mais táxi pra lá e pra cá, isso
já somou uns 600 ou 700 reais.
Ainda vou fazer a última aula e
depois eu conto se passei ou não. Preciso passar porque se não vou pagar mais
300 reais para fazer outra.
O aprendizado teórico é bem
chato, extenso e uma tonelada de jeitos de ser multado que nem sempre
conseguimos decorar.
A prática cansa mais ainda porque
vc faz umas 5 aulas e percebe que está inseguro porque tem que aprender sobre o
tamanho do carro e um monte de coisas que, pra quem nunca dirigiu, ainda não
está no automático.
Na hora da baliza, apesar de
falarem mal, pra mim foi mais fácil porque tem umas regras certas e pronto mas,
dirigir na rua é osso.
Tem que ver as placas de pare e
preferência ao contrário, esteja onde estiver. Parar duas vezes nas faixas,
fazer curvas em “L”, perceber que vem um pedestre, um ciclista, e um monte de
coisas além de controlar os pedais.
Na auto escola é fácil porque o
instrutor tem pedais e pode parar se for preciso mas sozinho, é bem diferente.
Depois das aulas teóricas você fica
com um milhão de leis e regras na cabeça inclusive sobre preferenciais sem
sinalização e começa a dar medo de pegar o carro e sair sozinha.
Depois de 10 aulas eu comprei um
carro e aí foi outro capítulo porque tudo no meu carro era diferente e o carro
morria em cada esquina que eu parava e isso foi até me acostumar com o sistema
do carro. Você vira o volante todo e depois não sabe pra onde virou. O carro tem
muitos pontos cegos, tem que aprender a reduzir as marchas por causa de quebra
molas sem sacudir o carro todo.
Isso tudo fica até engraçado
falando assim mas na hora dá um frio enorme na barriga mas fui encarando.
Procurando sempre ruas vazias pra estacionar pra não ficar presa entre carros e
isso porque a minha cidade é bem pequena.
Um dia peguei a estrada com meu
irmão e ele mandou eu acelerar a 80 e ainda tinha que desviar de buracos e me
manter em linha reta. Não deu e baixei pra 60 e ele teve que ter paciência e
fazer o dobro do tempo do percurso.
A gente começa a ouvir histórias
de pessoas que tiraram a carteira e não dirigem porque ficaram com medo e eu
não quero que você seja mais um.
Antes de pensar em tirar a
carteira, pensa se você tem mesmo coragem. Veja se arranja alguém pra te ensinar
um tiquinho ou pelo menos sentar no banco do motorista e mexer nos pedais com o
carro parado.
Andar no lado do carona é
totalmente diferente então, se tiver essa oportunidade aproveite porque isso
vai te dar uma noção do que vc vai ter que fazer.
Ainda enfrento o problema de ter
as pernas curtas e ter que colocar almofada no banco pra alcançar os pedais de
forma correta.
Enfim, pense bem antes porque é
tudo caro, estressante e já estou nessa, sem ter sido reprovada em nada, há 5
meses, ou seja, estamos iniciando novembro.
Ainda nem dirigi à noite.
Esqueci de falar do simulador da
auto escola. Vc tem que ir lá 2 dias para passar em um simulador que parece um vídeo
game mas que pelo menos não reprova e isso substituiu as aulas noturnas.
Nem de longe aquilo se parece com
dirigir de verdade mas o Detran colocou essa regra.
Pra quem tem problemas de
lateralidade (esquerda e direita) também tem que trabalhar isso porque você tem
que ligar a seta e obedecer os comandos do instrutor ou depois, de alguém que
te ensine o caminho ou até mesmo do GPS.
Eu entrei por necessidade porque
morava em cidade grande e não precisava de carro mas aqui, se você não tem carro
não sai de casa. Eu nem imaginava que iria passar por tanto sufoco e cansaço.
Ainda tem o sapato. Não dá pra
dirigir com qualquer sapato ou sandália. Comprei uma sapatilha que se prende
bem no pé e tem a sola bem fina pra sentir bem os pedais.
Concluindo a história, passei uns 7 meses entre as aulas teórica, prática, simulador, exame de vista, psicotécnico e finalmente cheguei na prova prática.
Nesse meio tempo comprei um carro e fiquei dirigindo na cidade para pegar mais prática e seguindo todas as regras aprendidas. Dirigia a 30, parava em todos os cruzamentos, enfim, para não criar vícios, eu fiz tudo conforme ensinaram e meu irmão foi andando comigo em algumas estradas para eu aprender.
No fim, chegou o bendito dia da prova prática ou melhor dizendo, o pesadelo da prova prática.
Na cidade em que fui fazer sempre disseram que os examinadores, que é um casal que trabalha no Detran, eram "carne de pescoço"e eu tinha que ficar muito atenta a tudo.
Fui calma mas, quando a mulher chamou meu nome para entrar no carro, eu tremia tudo, até o cabelo.
Eu aprendi a dirigir em uma cidade tranquila, sem sinais de trânsito e com pouco movimento só que, na hora da prova, tive que fazer duas horas de aula antes para aprender o percurso de outra cidade porque era onde tinha o Detran e o lugar fatídico da prova.
A cidade é confusa, cheia de macetes porque estava sem algumas placas, sem sinalização no chão, canteiros muito estreitos e um monte de motoristas mal educados e péssimos no entorno.
Fiz a baliza e fomos pra rua. Eu fui a terceira a dirigir e, quando chegou em uma esquina para pegar uma preferencial, por não ter visão, cheguei o carro mais pra frente para avançar mas eu ia parar. Nesse eu "ia" parar, a examinadora pisou fundo no pedal e disse que eu estava invadindo a preferencial. Eu falei que ia parar porque inclusive minha perna estava no ar pra isso. Desculpe a expressão, "a vaca" pisou um segundo antes de mim e me reprovou. No Detran eu bati boca com ela mas de nada adiantou.
Na segunda vez eu fiz a prova com o marido dela e eu pensei que seria diferente porque estava mascando chiclete para me acalmar mas não deu outra. Entrei no carro tremendo até a alma e esqueci de puxar o freio de mão na baliza. O examinador não avisa e espera passar os 5 minutos da prova para dizer que você ficou reprovada. Ele poderia me mandar fazer de novo mas não, ele simplesmente deixa o tempo passar e dá ok e quando voce pensa que vai sair com o carro, ele manda você sair e ir embora. Achei isso uma sacanagem mas se é a regra, vamos nessa.
Resolvi dar um tempo porque cada prova custava 300 reais.
Isso foi em novembro de 2018. Eu fiquei com tanta raiva e me sentindo injustiçada que resolvi fazer tudo de novo só em janeiro porque também, conversando com os candidatos, descobri que as pessoas estavam fazendo a prova pela quarta ou quinta vez e comecei a fazer contas.
Conversei muito com outras pessoas que e aconselharam transferir o processo para outra cidade e assim eu fiz.
Fui em março e transferi o processo em outra auto escola e a minha surpresa foi no preço. Custava apenas 150 reais a transferência e a prova pagos ao Detran e paguei mais 100 reais por duas horas de aula para aprender o percurso e treinar a baliza.
Fiz tudo muito bem e os instrutores sempre me elogiando e me dando força até que chegou o bendito dia da prova.
Como sempre eu estava calma, a cidade era ótima, fiz as balizas de teste muito bem e rápido só que, na hora, quando foi a minha vez eu comecei a tremer.
Lutei comigo mesmo porque o incentivo que os instrutores me deram valeram muito nessa hora, bem diferente da outra auto escola que anunciava os examinadores como os capetas do inferno.
Tremia mas fiz a baliza e ficou afastado e fiz outra e consegui isso dentro dos 5 minutos do tempo.
Na rua, o examinador me chamou a atenção porque eu estava devagar em uma via preferencial e eu falei que o sinal estava fechado e não vi a necessidade de correr já que ia parar. Na hora de encerrar, porque fui a última, estacionei onde ele mandou só que afastado demais do meio fio mas ele não levou em conta.
Finalmente, em 3 de abril eu consegui passar e agradeço a auto escola que me estimulou e me deu força.
Para você ver que a figura do instrutor é importante. Por vezes o primeiro instrutor só ficava apontando meus erros e um dia eu falei pra ele me elogiar também quando fizesse certo. Voce fica se sentindo uma criança que não consegue fazer nada certo e fica levando bronca o tempo todo. Ele não levou em conta a idade, a coragem e nem o que isso significava um desafio, diferente de ter 20 anos.
Foi um processo bem difícil por causa da falta de sensibilidade do instrutor que era uma pessoa comum que aprendeu apenas técnicas de ensinar a dirigir. Não deve estar incluído no curso o aspecto psicológico do aluno.
Penso que isso é o maior causador do medo em pessoas que aprendem a dirigir, tiram a carteira e depois não dirigem.
A auto escola não anda com você em estrada ou em lugares com mais movimento. Tudo o que você sai sabendo sobre a vida real no trânsito está nas aulas teóricas. Na hora de você pegar o carro sozinha, a coisa muda de figura.
Eu levei um tempo para conseguir andar a 80 porque andar a 60 já me parecia demais porque na auto escola você mal consegue chegar a 40.
Essa de passar no quebra mola em segunda é outro problema. Meu carro é 1.0 ou seja, não tem potência e só passo nos quebra molas de ladeira em primeira e isso tive que aprender na marra depois que o carro perdia total velocidade depois do quebra mola. Considerando que no Paraná o que mais tem é sobe e desce de ladeiras, isso deveria fazer parte do aprendizado. Outra coisa é a ultrapassagem que só ensina na teoria ena real é complicado.
Você fica olhando placa, retrovisor, analisando as marchas, vendo pedestre, sinalização do chão e um monte de coisas ao mesmo tempo e o cara me reprova porque não puxei o freio de mão na baliza por nervosismo.
Ah! esqueci de dizer que também reprova o falo de não ligar a seta e por isso eu escrevi no pulso, a caneta, as palavras "seta e freio de mão" para não esquecer disso.
Você é obrigado a aprender sobre multas, primeiros socorros, mecânica e uma infinidade de coisas. Aprende a dirigir e só consegue dar no máximo 40 por hora e o governo fica fazendo campanha para você dirigir bem. Como?
Você sai da auto escola sabendo mexer no carro, para quem vai realmente aprender, e se depara com um trânsito agitado ou estradas sem qualquer experiência e nem todo mundo tem alguém para andar junto e dar uma ajuda e segurança.
Penso que o Detran devia rever esse conceito de aprendizado porque ele não dá ao futuro motorista que não sabia nada, uma real dimensão do que é dirigir. O que se aprende é controlar o carro mais ou menos e fazer o "diabo da baliza", ou seja, você pode dirigir até mal mas se não estacionar direito não passa. Como dirigir bem se você não tem experiência no trânsito?
E tem mais. Você pensa que acabou?
Você recebe a carteira provisória por um ano e, se você tiver a mais insignificante multa, você perde a carteira e tem que voltar pra auto escola e pagar e passar por tudo de novo pelo tempo integral.
Gostou?
Só tenho carro porque aqui é um mal necessário mas é bem melhor andar de táxi, de Uber ou de carona porque o carro também dá uma despesa enorme que nem sempre compensa ter.
Se você mora em cidade grande, o seguro é caro, o estacionamento é caro, o mecânico é caro,além dos carros custarem uma fortuna e você ainda ter que dirigir por você e pelos outros.
Eu fiz a sugestão da matéria em uma TV pra ver se o Detran admite pedagogos para reelaborar esse ensino porque eles gastam milhões em campanhas contra acidentes mas não ensinam as pessoas direito, na origem que é na auto escola.
Tem até auto escolas especializadas em pessoas que não conseguem dirigir depois da carteira porque ficaram com medo e isso é mais dinheiro que vai. Para mim, tudo isso está errado e, por ser educadora, percebo que o objetivo não está sendo alcançado no aprendizado e nem no resultado.
Depois de tirar a CNH e faltando ainda 5 meses para a definitiva:
Gente, quanto mais você dirige, mais você aprende sobre o carro, as estradas e ruas e começa a agir melhor.
Eu tenho duas situações que são estradas viscinais (estradas vazias) que vão de uma cidade a outra e uma Rodovia que vai para a cidade maior.
Talvez por ser mulher, meu senso de direção é péssimo e estou sempre precisando de uma pessoa ao lado para me ensinar o caminho. Às vezes até sei, mas fico insegura ainda quando vou para a cidade maior.
O trânsito em si não assusta porque já consigo dominar bem o carro para parar e andar devagar. Já vejo as placas bem mas fico ainda pensando que deixei de ver alguma coisa. Ter que entrar à direita no trânsito é chato porque não tenho segurança de estar vendo direito pelo retrovisor por causa da distância real do carro que vem atrás.
Fixar todas as regras é um caso sério como a história das rotatórias (nesse lugar tem um monte).
Na dúvida, eu ando certinho de acordo com as velocidades estipuladas nas estradas e demorei muito para passar a 5a. marcha e ainda não estou muito boa nisso porque ultrapassa os 100km.
O fato de andar no trânsito é chato porque tem muitas coisas para ver mas se você já passou da provisória e tem seguro, dá pra ir.
Estacionar é outro problema que estou enfrentando. Aos poucos estou treinando em cidades menores mas com a ajuda de alguém. Tem horas que eu paro uns 50cm do meio fio e se tem espaço tento encostar mais.
Fazer baliza não dá a idéia real de estacionar de ré em espaço pequeno porque fazemos isso para passar na prova.
Eu só estou relatando a minha experiência e com a idade de 57 anos porque para os jovens essa problemática é quase nula.
Quando fui a primeira vez para a Rodovia para chegar na cidade maior, procurei me manter à direita (pista dos lerdos) e com a atenção na faixa do meio e olhando para a frente. Quem quisesse ultrapassar que se vire. Tem que evitar mudar de pista para que o de trás passe de boa.
Se tivessem mais aulas na auto escola que nos levasse a essas experiências de Rodovia, cidade maior e dirigir à noite, com certeza eu estaria mais segura mais isso não existe então, o melhor a fazer é arranjar uma pessoa para ir junto, com paciência.
Não tenha vergonha de dizer que tem medo, que está insegura e ria das suas besteiras. Peça ajuda mesmo porque só assim a gente vai conseguindo pegar experiência.
Dirigir à noite para longe nem pensar. Parece que não enxergo o suficiente, quem vem ou quem vai está sempre com farol alto e isso nos cega. A menos que alguém vá dirigindo na frente e você vai seguindo atrás, para mim ainda não dá.
O bom é sempre você dirigir no mesmo carro para aprender bem sobre ele. Eu tive problemas para passar em um quebra molas alto na ladeira acima em segunda marcha, aí eu tentei de primeira (porque é marcha de força) e deu certo.
É um saco quando alguém pára atrás bem junto principalmente caminhão e temos que ter controle da partida sem deixar o carro voltar. Eu vou acelerando antes de tirar o pé da embreagem porque acho mais difícil puxar o freio de mão e acelerar. Por isso eu sempre dou uma boa distância do carro da frente quando vou parar pensando em facilitar o da frente e esperando que Deus me recompense por isso.
Me falaram do ponto cego do carro e acabei descobrindo na prática com uma moto. Se ela estiver a um metro de distância na lateral esquerda ou direita (no meu carro) você não vê pelo retrovisor.
No fim, dirigir não é uma coisa que eu faço de boa ainda. Nessa cidade maior eu só vou em um lugar porque ainda não sei o caminho de outros lugares. Motoristas mais experientes disseram que o bom é saber o caminho e, a menos que você tenha alguém que ensine e que saiba dirigir para entender as regras de trânsito e guiar certo, ou alguém que ande à sua frente, é meio chato encarar porque os que vem atrás, principalmente em ruas estreitas, não tem paciência de esperar a gente parar para procurar placas para saber se podemos entrar nas ruas ou não.
No meu caso, essa cidade maior não é um lugar que eu ando a pé com frequência e nem vou tanto lá por isso não sei os caminhos. Quando você mora na cidade e conhece e ainda assim tem receio, ande a pé na mão dos carros e observe as placas com calma.
Prefiro andar com gente silenciosa para não me distrair. Não atendo o celular e fico querendo que meus olhos sejam de gato para ter certeza que vi tudo.
O senso de responsabilidade e o medo são as maiores travas e por isso estou usando até florais para ficar melhor mas dirigir, para mim, é uma necessidade e não um prazer.
Um abraço e até a próxima.
Nesse meio tempo comprei um carro e fiquei dirigindo na cidade para pegar mais prática e seguindo todas as regras aprendidas. Dirigia a 30, parava em todos os cruzamentos, enfim, para não criar vícios, eu fiz tudo conforme ensinaram e meu irmão foi andando comigo em algumas estradas para eu aprender.
No fim, chegou o bendito dia da prova prática ou melhor dizendo, o pesadelo da prova prática.
Na cidade em que fui fazer sempre disseram que os examinadores, que é um casal que trabalha no Detran, eram "carne de pescoço"e eu tinha que ficar muito atenta a tudo.
Fui calma mas, quando a mulher chamou meu nome para entrar no carro, eu tremia tudo, até o cabelo.
Eu aprendi a dirigir em uma cidade tranquila, sem sinais de trânsito e com pouco movimento só que, na hora da prova, tive que fazer duas horas de aula antes para aprender o percurso de outra cidade porque era onde tinha o Detran e o lugar fatídico da prova.
A cidade é confusa, cheia de macetes porque estava sem algumas placas, sem sinalização no chão, canteiros muito estreitos e um monte de motoristas mal educados e péssimos no entorno.
Fiz a baliza e fomos pra rua. Eu fui a terceira a dirigir e, quando chegou em uma esquina para pegar uma preferencial, por não ter visão, cheguei o carro mais pra frente para avançar mas eu ia parar. Nesse eu "ia" parar, a examinadora pisou fundo no pedal e disse que eu estava invadindo a preferencial. Eu falei que ia parar porque inclusive minha perna estava no ar pra isso. Desculpe a expressão, "a vaca" pisou um segundo antes de mim e me reprovou. No Detran eu bati boca com ela mas de nada adiantou.
Na segunda vez eu fiz a prova com o marido dela e eu pensei que seria diferente porque estava mascando chiclete para me acalmar mas não deu outra. Entrei no carro tremendo até a alma e esqueci de puxar o freio de mão na baliza. O examinador não avisa e espera passar os 5 minutos da prova para dizer que você ficou reprovada. Ele poderia me mandar fazer de novo mas não, ele simplesmente deixa o tempo passar e dá ok e quando voce pensa que vai sair com o carro, ele manda você sair e ir embora. Achei isso uma sacanagem mas se é a regra, vamos nessa.
Resolvi dar um tempo porque cada prova custava 300 reais.
Isso foi em novembro de 2018. Eu fiquei com tanta raiva e me sentindo injustiçada que resolvi fazer tudo de novo só em janeiro porque também, conversando com os candidatos, descobri que as pessoas estavam fazendo a prova pela quarta ou quinta vez e comecei a fazer contas.
Conversei muito com outras pessoas que e aconselharam transferir o processo para outra cidade e assim eu fiz.
Fui em março e transferi o processo em outra auto escola e a minha surpresa foi no preço. Custava apenas 150 reais a transferência e a prova pagos ao Detran e paguei mais 100 reais por duas horas de aula para aprender o percurso e treinar a baliza.
Fiz tudo muito bem e os instrutores sempre me elogiando e me dando força até que chegou o bendito dia da prova.
Como sempre eu estava calma, a cidade era ótima, fiz as balizas de teste muito bem e rápido só que, na hora, quando foi a minha vez eu comecei a tremer.
Lutei comigo mesmo porque o incentivo que os instrutores me deram valeram muito nessa hora, bem diferente da outra auto escola que anunciava os examinadores como os capetas do inferno.
Tremia mas fiz a baliza e ficou afastado e fiz outra e consegui isso dentro dos 5 minutos do tempo.
Na rua, o examinador me chamou a atenção porque eu estava devagar em uma via preferencial e eu falei que o sinal estava fechado e não vi a necessidade de correr já que ia parar. Na hora de encerrar, porque fui a última, estacionei onde ele mandou só que afastado demais do meio fio mas ele não levou em conta.
Finalmente, em 3 de abril eu consegui passar e agradeço a auto escola que me estimulou e me deu força.
Para você ver que a figura do instrutor é importante. Por vezes o primeiro instrutor só ficava apontando meus erros e um dia eu falei pra ele me elogiar também quando fizesse certo. Voce fica se sentindo uma criança que não consegue fazer nada certo e fica levando bronca o tempo todo. Ele não levou em conta a idade, a coragem e nem o que isso significava um desafio, diferente de ter 20 anos.
Foi um processo bem difícil por causa da falta de sensibilidade do instrutor que era uma pessoa comum que aprendeu apenas técnicas de ensinar a dirigir. Não deve estar incluído no curso o aspecto psicológico do aluno.
Penso que isso é o maior causador do medo em pessoas que aprendem a dirigir, tiram a carteira e depois não dirigem.
A auto escola não anda com você em estrada ou em lugares com mais movimento. Tudo o que você sai sabendo sobre a vida real no trânsito está nas aulas teóricas. Na hora de você pegar o carro sozinha, a coisa muda de figura.
Eu levei um tempo para conseguir andar a 80 porque andar a 60 já me parecia demais porque na auto escola você mal consegue chegar a 40.
Essa de passar no quebra mola em segunda é outro problema. Meu carro é 1.0 ou seja, não tem potência e só passo nos quebra molas de ladeira em primeira e isso tive que aprender na marra depois que o carro perdia total velocidade depois do quebra mola. Considerando que no Paraná o que mais tem é sobe e desce de ladeiras, isso deveria fazer parte do aprendizado. Outra coisa é a ultrapassagem que só ensina na teoria ena real é complicado.
Você fica olhando placa, retrovisor, analisando as marchas, vendo pedestre, sinalização do chão e um monte de coisas ao mesmo tempo e o cara me reprova porque não puxei o freio de mão na baliza por nervosismo.
Ah! esqueci de dizer que também reprova o falo de não ligar a seta e por isso eu escrevi no pulso, a caneta, as palavras "seta e freio de mão" para não esquecer disso.
Você é obrigado a aprender sobre multas, primeiros socorros, mecânica e uma infinidade de coisas. Aprende a dirigir e só consegue dar no máximo 40 por hora e o governo fica fazendo campanha para você dirigir bem. Como?
Você sai da auto escola sabendo mexer no carro, para quem vai realmente aprender, e se depara com um trânsito agitado ou estradas sem qualquer experiência e nem todo mundo tem alguém para andar junto e dar uma ajuda e segurança.
Penso que o Detran devia rever esse conceito de aprendizado porque ele não dá ao futuro motorista que não sabia nada, uma real dimensão do que é dirigir. O que se aprende é controlar o carro mais ou menos e fazer o "diabo da baliza", ou seja, você pode dirigir até mal mas se não estacionar direito não passa. Como dirigir bem se você não tem experiência no trânsito?
E tem mais. Você pensa que acabou?
Você recebe a carteira provisória por um ano e, se você tiver a mais insignificante multa, você perde a carteira e tem que voltar pra auto escola e pagar e passar por tudo de novo pelo tempo integral.
Gostou?
Só tenho carro porque aqui é um mal necessário mas é bem melhor andar de táxi, de Uber ou de carona porque o carro também dá uma despesa enorme que nem sempre compensa ter.
Se você mora em cidade grande, o seguro é caro, o estacionamento é caro, o mecânico é caro,além dos carros custarem uma fortuna e você ainda ter que dirigir por você e pelos outros.
Eu fiz a sugestão da matéria em uma TV pra ver se o Detran admite pedagogos para reelaborar esse ensino porque eles gastam milhões em campanhas contra acidentes mas não ensinam as pessoas direito, na origem que é na auto escola.
Tem até auto escolas especializadas em pessoas que não conseguem dirigir depois da carteira porque ficaram com medo e isso é mais dinheiro que vai. Para mim, tudo isso está errado e, por ser educadora, percebo que o objetivo não está sendo alcançado no aprendizado e nem no resultado.
Depois de tirar a CNH e faltando ainda 5 meses para a definitiva:
Gente, quanto mais você dirige, mais você aprende sobre o carro, as estradas e ruas e começa a agir melhor.
Eu tenho duas situações que são estradas viscinais (estradas vazias) que vão de uma cidade a outra e uma Rodovia que vai para a cidade maior.
Talvez por ser mulher, meu senso de direção é péssimo e estou sempre precisando de uma pessoa ao lado para me ensinar o caminho. Às vezes até sei, mas fico insegura ainda quando vou para a cidade maior.
O trânsito em si não assusta porque já consigo dominar bem o carro para parar e andar devagar. Já vejo as placas bem mas fico ainda pensando que deixei de ver alguma coisa. Ter que entrar à direita no trânsito é chato porque não tenho segurança de estar vendo direito pelo retrovisor por causa da distância real do carro que vem atrás.
Fixar todas as regras é um caso sério como a história das rotatórias (nesse lugar tem um monte).
Na dúvida, eu ando certinho de acordo com as velocidades estipuladas nas estradas e demorei muito para passar a 5a. marcha e ainda não estou muito boa nisso porque ultrapassa os 100km.
O fato de andar no trânsito é chato porque tem muitas coisas para ver mas se você já passou da provisória e tem seguro, dá pra ir.
Estacionar é outro problema que estou enfrentando. Aos poucos estou treinando em cidades menores mas com a ajuda de alguém. Tem horas que eu paro uns 50cm do meio fio e se tem espaço tento encostar mais.
Fazer baliza não dá a idéia real de estacionar de ré em espaço pequeno porque fazemos isso para passar na prova.
Eu só estou relatando a minha experiência e com a idade de 57 anos porque para os jovens essa problemática é quase nula.
Quando fui a primeira vez para a Rodovia para chegar na cidade maior, procurei me manter à direita (pista dos lerdos) e com a atenção na faixa do meio e olhando para a frente. Quem quisesse ultrapassar que se vire. Tem que evitar mudar de pista para que o de trás passe de boa.
Se tivessem mais aulas na auto escola que nos levasse a essas experiências de Rodovia, cidade maior e dirigir à noite, com certeza eu estaria mais segura mais isso não existe então, o melhor a fazer é arranjar uma pessoa para ir junto, com paciência.
Não tenha vergonha de dizer que tem medo, que está insegura e ria das suas besteiras. Peça ajuda mesmo porque só assim a gente vai conseguindo pegar experiência.
Dirigir à noite para longe nem pensar. Parece que não enxergo o suficiente, quem vem ou quem vai está sempre com farol alto e isso nos cega. A menos que alguém vá dirigindo na frente e você vai seguindo atrás, para mim ainda não dá.
O bom é sempre você dirigir no mesmo carro para aprender bem sobre ele. Eu tive problemas para passar em um quebra molas alto na ladeira acima em segunda marcha, aí eu tentei de primeira (porque é marcha de força) e deu certo.
É um saco quando alguém pára atrás bem junto principalmente caminhão e temos que ter controle da partida sem deixar o carro voltar. Eu vou acelerando antes de tirar o pé da embreagem porque acho mais difícil puxar o freio de mão e acelerar. Por isso eu sempre dou uma boa distância do carro da frente quando vou parar pensando em facilitar o da frente e esperando que Deus me recompense por isso.
Me falaram do ponto cego do carro e acabei descobrindo na prática com uma moto. Se ela estiver a um metro de distância na lateral esquerda ou direita (no meu carro) você não vê pelo retrovisor.
No fim, dirigir não é uma coisa que eu faço de boa ainda. Nessa cidade maior eu só vou em um lugar porque ainda não sei o caminho de outros lugares. Motoristas mais experientes disseram que o bom é saber o caminho e, a menos que você tenha alguém que ensine e que saiba dirigir para entender as regras de trânsito e guiar certo, ou alguém que ande à sua frente, é meio chato encarar porque os que vem atrás, principalmente em ruas estreitas, não tem paciência de esperar a gente parar para procurar placas para saber se podemos entrar nas ruas ou não.
No meu caso, essa cidade maior não é um lugar que eu ando a pé com frequência e nem vou tanto lá por isso não sei os caminhos. Quando você mora na cidade e conhece e ainda assim tem receio, ande a pé na mão dos carros e observe as placas com calma.
Prefiro andar com gente silenciosa para não me distrair. Não atendo o celular e fico querendo que meus olhos sejam de gato para ter certeza que vi tudo.
O senso de responsabilidade e o medo são as maiores travas e por isso estou usando até florais para ficar melhor mas dirigir, para mim, é uma necessidade e não um prazer.
Um abraço e até a próxima.
Continuando......
Hoje é fevereiro de 2021 e o processo de dirigir não mudou muito.
Aprendi bastante mas a coragem de ir longe, pegar rodovia não apareceu.
Faço o necessário mas prefiro andar de carona.
É importante sim ter tirado a carteira porque me ajuda em vários aspectos mas na hora de ir mais longe eu prefiro que alguém dirija.
Cuide bem do carro para ele não te deixar na mão e vai fazendo o que der. Não se envergonhe de não conseguir dirigir em trânsito intenso ou em rodovias. Faça tudo dentro do seu limite.
Um abraço.
Regina
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCom 55 anos ainda pode ser tirado a carteira de motorista, sendo a primeira vez?
ResponderExcluirNÃO EXISTE LEI QUE PROÍBE, POIS QUEM ESTÁ COM 55, AINDA SE ENCONTRA DIRIGINDO?
ExcluirFui enganada 9 vezes a única pessoa que realmente vende CNH entrega é esse cara abaixo contato dele é sempre o mesmo WhatsApp (21)997120593
ResponderExcluirTodos os metado forma de pagamento e mesmo unico que entregou foi ele ta de parabéns