Por trás de qualquer problema renal existe uma pessoa com grande dificuldade para
estabelecer vínculos afetivos.
Não se livrar dos conteúdos nocivos da convivência, prejudica o relacionamento
atual, gerando sequelas que serão projetadas também nas futuras relações.
O problema aparece quando a pessoa está atravessando uma fase ruim
de sua vida afetiva.
É quando os conflitos internos do relacionamento ganham uma
proporção muito grande no seu ser.
Em alguns casos, as circunstâncias presentes não justificam tamanho abalo
emocional, pois o maior problema está na sua mente.
A pessoa vê fora daquilo que existe
dentro dela mesma, desenvolvendo a mania de perseguição ou o medo de sofrer no amor.
O principal foco desencadeador dos conflitos e perturbações amorosas é a maneira
como as pessoas se relacionam.
A dependência do outro e a necessidade de apoio, figuram
entre as principais causas dos problemas afetivos.
Algumas pessoas demonstram o oposto; adotam uma postura de indiferença ou
descaso dos outros, alguns até se mostram inabaláveis ou auto-suficientes,
mas na verdade encontram-se intimamente frustrados nas expectativas de um
relacionamento afetivo.
Aquele que é apegado torna-se dependente da aprovação parceiro para se sentir
bem. Além disso, passa a viver bem a relação, molda-se de acordo com os padrões e
critérios que agradem ao outro, sufocando as características que lhe são próprias.
Portanto,
quaisquer fatos desagradáveis da vida afetiva causam-lhe profundo abalo emocional.
Para evitar que sua vida se resuma a uma relação afetiva ou que você se defina de
acordo com as opiniões alheias, delegando aos outros o poder de fazê-lo feliz ou promover
sua auto-estima, é necessário o desapego.
Desapegar-se é libertar-se do outro e dar a si mesmo consideração e respeito.
Preservar seus valores internos e reconhecer os potenciais latentes no ser. Isso fará com que
a pessoa tenha melhores condições para lidar com as divergências do relacionamento e não
se abale tanto com as confusões do lar.
Por fim, se a união não se consolidar, seja através de uma separação ou morte de um
ente querido, a pessoa terá a consistência necessária para sobreviver a um abalo dessa
natureza. Caso contrário, o fim de uma relação representará uma catástrofe que poderá
arrastá-la para a depressão ou até mesmo às drogas.
A fundamentação em si mesmo é extremamente importante para que a pessoa não
compense suas lacunas interiores, apresente somatização desse quadro emocional, afetando
as funções renais, ou ainda, se torne dependente dos outros, nem tampouco recorra a
subterfúgios como a droga e outros males sociais, entre eles a arrogância e prepotência.
Um outro fator que causa conflitos no relacionamento é a tentativa de impor regras na
convivência, ser muito criterioso com aqueles que convivem do seu lado. Pessoas assim não
têm habilidade para acatar as necessidades do outro e preservar a harmonia entre o casal;
falta-lhes flexibilidade para conceber a individualidade alheia. São exigentes e querem impor
condições para o amor.
Essa postura gera uma série de conflitos no relacionamento, dificultando o fluxo do
sentimento. Quando o sentimento não flui com naturalidade, sendo bloqueado pelo apego ou
reprimido pelas cobranças, etc., o amor pode converter-se em ódio. Pode-se dizer que
quando uma pessoa odeia é porque já existiu muito amor vertendo nela.
O ódio provoca a revolta, mobilizando as forças agressivas para a violência. Dominada
pelo ódio, a pessoa se transforma. A vida passa a ser recheada de sucessivas desforras
contra inimigos reais ou imaginários. Qualquer situação confusa é um indicador de problemas,
que põe a pessoa em alerta. Ela vive em constante atrito com os outros ou com seus próprios
pensamentos, contrários a seus anseios.
Quem odeia torna-se áspero e rancoroso. Menospreza aqueles que estão a sua volta,
deixando transparecer seu orgulho, a inveja e até mesmo a crueldade.
O instinto de crueldade surge naquele que cultiva o ódio "em seu coração".
Sob o
domínio dos impulsos hostis, a pessoa não observa que seus atos não atingem somente os
outros, como também prejudicam a ela mesma. O maior prejudicado pelo mal é quem o
pratica. Aparentemente seus golpes são dirigidos aos outros, mas com o tempo a pessoa
compreenderá que o fato de ter estagiado na maldade deteriorou a sua integridade e impediu
seu progresso interior.
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Quem é alvo da maldade, por sua vez, sofre algum tipo de transtorno, mas consegue
superar. O mal do outro só irá gerar grandes prejuízos na sua vida se ele também acionar
seus impulsos maldosos. Uma maneira discreta das pessoas entrarem nessa esfera é a
vingança.
Quem se vinga, também torna-se maldoso, conseqüentemente, prejudica-se.
Os gestos maldosos abalam a felicidade própria e do outro, Criticar, xingar, caluniar,
acusar, mentir, amedrontar, punir ou bater deterioram os laços afetivos, podendo até provocar
desvios de personalidade e rebeldia. Há momentos na convivência que exigem firmeza e
determinação, porém não é necessário tornar-se rude, nem tampouco perder a ternura e a
docilidade.
O orgulho é uma condição muito freqüente nas pessoas a afetadas pelos problemas
renais.
Essencialmente, o orgulho representa uma ruptura que impede a integração
harmoniosa com as pessoas que compartilham de sua vida.
Existem duas maneiras de
manifestar o orgulho: a mais conhecida é a da pessoa que assume uma falsa superioridade,
menosprezando os outros para se promover diante daqueles que compartilham de uma
mesma situação.
Essa face do orgulho promove a competição.
O orgulhoso vive competindo para se
sobressair perante os demais. Essa atitude, além de prejudicar a harmonia do ambiente,
enfraquece aqueles que o rodeiam. A vitória obtida por meio do prejuízo causado aos outros
não é algo sadio, nem tampouco edifica alguém.
A falsa consistência obtida pelo aparente
vitorioso não perdura, necessitando de novos momentos de destaque perante os outros para
sustentar a falsa imagem de forte e poderoso.
Outra forma de orgulho é a das pessoas que rompem consigo mesmas para atender à
solicitação dos outros. A ruptura do elo consigo mesmas representa não preservar seus
valores internos, não praticar suas vontades e sua força expressiva.
Essa conduta faz com
que a pessoa tenha uma baixa auto-estima, passa a viver em função daqueles que estão a
sua volta.
Essa postura muitas vezes é interpretada como humildade, na verdade a pessoa não
preserva sua integridade, deteriorando sua personalidade, moldando-se de acordo com o
meio que vive.
O orgulho é sempre prejudicial, pois impede o fortalecimento do todo e enfraquece o
indivíduo.
Uma pessoa consegue sobreviver bem
somente com um rim. Se em algum momento da nossa vida nos encontrarmos
sozinhos, sem alguém para amar e nos relacionarmos, isso não representa que está tudo
acabado.
A falta de alguém para compartilhar do dia-a-dia exige que nos empenhemos um
pouco mais; no entanto, conseguimos suprir as necessidades existenciais. Além disso, um
período sozinhos poderá ser muito produtivo na reformulação interior e aprimoramento dos
critérios adotados para os relacionamentos afetivos.
Um abraço.
Regina