(Capítulo do livro "O Chamado" de Regina A.F. Gomes)
Se somos seres espirituais, as coisas materiais não tem a menor importância a não ser pelo seu uso e pelo tempo que estamos aqui.
Quando morremos não levamos nada e isso é fato comprovadíssimo porque ninguém jamais viu um defunto levar qualquer coisa ou as coisas de alguém sumirem sem mais nem menos depois que ela morre? Pelo contrário, os herdeiros, em sua maioria, começam a brigar pelo que ficou até que chegue a sua morte e outros herdeiros comecem de novo a briga e isso não acaba.
Tudo o que temos de material é ilusão, é temporário e não tem valor real. O que realmente tem valor é o que adquirimos como valor intrínseco, ou seja, sentimentos, atos de auxílio, de amizade e de amor. Tudo isso nós levamos ou deixamos como herança e não há briga que tire isso de nós.
Se alguém que me amou veio a desencarnar, esse amor permanece dentro de mim junto com as lembranças e absolutamente nada pode nos tirar isso.
Os tesouros não estão aqui e nem podemos conseguir essas riquezas acumulando dinheiro. Os verdadeiros tesouros são a nossa construção como sujeito.
Cada vez que falo ou escrevo sobre isso, mais eu percebo o tanto que ainda tenho para fazer e aprender.
Segunda lição seria essa: - eu devo sim trabalhar e prover a mim e a minha família da melhor forma, mas não viver só para isso e por isso. Devo aprender e ensinar que qualquer coisa material só tem valor de utilidade e não como riqueza em si. Vale mais investir em momentos felizes do que em outro carro zero porque já tenho um.
Tem pessoas que vendem tudo e saem viajando pelo mundo e isso é bem mais produtivo do que ficar preso morrendo pela luta em acumular riqueza.
Segundo a doutrina espírita, o carma de quem nasce com poucos recursos é bem mais suave do que os que vêm abastados de riqueza.
Pensando bem, deve ser isso mesmo porque o pobre pensa que o rico é mais feliz porque compra tudo o que quer e quando quer, sem esforço e o rico pensa que jamais gostaria de ser pobre para não abrir mão do conforto que o dinheiro lhe proporciona.
Quem tem mais amigos verdadeiros? O rico ou o pobre? Quem mais se preocupa com assaltos? Quem mais se preocupa com a política? Qual espírito fica mais em agonia depois que morre? Imagino que deve ser a do rico por ver seus parentes brigando pela herança enquanto o pobre não tem esse tipo de problema, pelo contrário, o pobre vale mais vivo do que morto porque provavelmente seu salário faz falta. Por entender a falta, geralmente o pobre é mais solidário porque divide o pouco que tem.
Não precisamos ser pobres, apenas precisamos ser justo. O que você tem não te pertence, pertence à Terra porque assim que você partir, tudo o que supostamente possui, vai ficar na Terra. Então temos aí tantos sentimentos inúteis como o orgulho e o egoísmo que é como tentar segurar água com as mãos e acreditar que estamos juntando.
Precisamos sim, viver com dignidade. Podemos possuir bens, mas não ser possuído por eles. Podemos viver em um castelo com todo o ouro, todo tipo de empregado, com todas as possibilidades de fazer tudo o que queremos, mas nada disso vai trazer a vida eterna ou o prazer eterno.
Mais um exercício para nós que é bem difícil como amar o próximo, é reconhecer-se egoísta e orgulhoso e trabalhar a liberação desses sentimentos.
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