sábado, 5 de novembro de 2016

VOCÊ REALMENTE AJUDA ALGUÉM?

Solidariedade: é preciso considerar a importância do outro

VOCÊ REALMENTE AJUDA ALGUÉM?

Qualquer pessoa que está à sua frente, seja por um segundo apenas, foi atraída por você. Você só atrai um semelhante, como se fossemos um imã gigante. 
Por mais que você pense que não tem nada em comum com os que você encontra ou convive de alguma forma, mesmo familiares, está enganado. 
Você passa na rua e resolve dar uma esmola a um mendigo e vai em frente. Você pergunta o que você tem em comum com ele? O que tem a ver entre você dar a esmola e você? 
- Quantas vezes você se sentiu como ele? Abandonado. 
- Quantas vezes você quis que alguém lhe desse dinheiro do nada? 
- Quantas vezes você sentiu que precisava de ajuda vinda dos céus? 
E aí você analisa bem que você não fez nada por ele ou para ele e sim por você mesmo. 
Quem trabalhou muito na vida e sofreu um bocado por isso, não concorda em dar esmola por pensar que ele deveria fazer diferente. 
Se você não dá, é porque não recebe e por isso não se permite dar. 
Se, por outro lado você, apesar de não se sentir ajudado, resolve dar a esmola, você está dizendo pra si o que você espera dos outros. Você quer ajuda do mesmo jeito que dá. 
Outra coisa são os registros do inconsciente. Você pode dar a esmola porque te disseram que é o certo a fazer, aprendido dos pais ou das religiões. Quando é assim, você está no automático e o mendigo existe porque sabe disso. Ele sabe que existem pessoas que vão dar dinheiro a ele por alguma razão e por isso não sai dessa vida. 
Isso é bastante divertido porque você vai perguntar então qual é o certo a fazer. 
Eu respondo que você não pode viver no automático. 
Pense nas razões que o levaram a fazer o que fez. Qual é a mensagem? O que você está querendo receber das pessoas? Isso não tem a ver só com dinheiro. Você pode estar mendigando o amor de alguém, a piedade, a compreensão e por aí vai. O certo é que há uma mensagem implícita nesse ato, caso contrário você não encontraria nenhum mendigo ou não o notaria. Quando você não dá a esmola pode ser que você esteja negando a dar algo a alguém como por exemplo amor, carinho ou seja lá o que possam estar te pedindo. 
Quando você ajuda e faz propaganda disso é o orgulho gritando dentro de você para que todos vejam que você é bonzinho e que merece um troféu. 
Pense bem, lá no fundo, no momento em que você deu uma esmola. Busque lembrar da sua vida. Busque saber se você faz isso consciente ou inconscientemente ou se tem uma crença por trás disso. 
Eu falo em crença porque as religiões ensinam que você deve ser solidário com o sofrimento alheio, mas no fundo, cada um tem o que realmente merece por causas ou consequências. Caso contrário, o Deus bonzinho está sendo mau ou eu tenho que mostrar pra ele (Deus) que eu sou bonzinho e que ele pode acrescentar uns bônus pra mim lá no céu. 
Ainda tem aquela sensação de ter feito algo bom, o que TE deixa feliz porque, supor que o mendigo ficou igualmente feliz é asneira, porque ele recebe esmola o tempo todo e por isso ele não fica mais ou menos feliz por algo que acontece o tempo todo mas você sim, está aliviado em dar ao outro o que você “acha” que tem a mais, que deve, ou até para esvaziar o bolso porque você não se acha merecedor de muito. 
Qualquer opção escolhida te leva apenas a um lugar que é você mesmo. Os SEUS motivos, as SUAS convicções, o SEU ego, as SUAS crenças, a SUA satisfação e a sensação do dever cumprido, pelos aprendizados ou experiências e NUNCA efetivamente, pelo outro. 
Me diga uma razão que faça uma pessoa dar uma esmola a um mendigo que não esteja ligado a si mesmo, nem que seja uma breve satisfação do dever cumprido perante Deus? Quem realmente ganhou alguma coisa com a esmola? Você ou o mendigo? 
Seja observador e crítico da sua vida e dos seus atos e aí você consegue um pouquinho de auto conhecimento e vai parar de falar mal dos outros ou se sentir vítima do mundo. Como disse Jesus: - conhece-te a ti mesmo e tudo lhe será acrescentado. 

Um abraço
Regina