Na minha concepção, os Orixás não
são entidades como na Umbanda, ou seja, não representam pessoas que já
estiveram entre nós e que vem, através de nós, para prestar caridade.
Eu vejo os Orixás como energia e
até aí não é novidade. O que eu penso é que as pessoas tem suas personalidades,
suas afinidades, sua natureza de acordo com suas vivências anteriores e atuais.
Com isso elas passam a pertencer a um grupo de determinados Orixás.
Por exemplo: pessoas que tem uma
tendência a ensinar, ser professor, e ser um educador um pouco exigente até de
sua família, geralmente tem a energia de
Iemanjá.
Pode-se procurar o arquétipo de
cada Orixá que nos identificamos com a maioria das coisas e assim, encontramos
o nosso grupo.
O que mais leva a nossa vida a
ficar emperrada é estar no negativo do Orixá, ou seja, não conseguimos ter uma
fonte limpa de comunicação e acabamos por receber mensagens contrárias ou não
conseguimos caminhos livres.
O Orixá não está a nosso serviço
como empregado e deve ser um faz tudo para nós. Eles podem nos ajudar a
encontrar o melhor caminho para o que queremos realizar ou aconselhar a não
fazer.
Uma coisa que podemos fazer é
identificar, dentre os arquétipos, o que não é bom e procurar consertar ao
invés de dizer que somos assim mesmo.
Quando eu fiz o santo, me
disseram que os filhos do meu Orixá eram pessoas falsas e eu mostrei, com
minhas atitudes, que isso não era mais verdade, não comigo porque eu já havia
vencido isso.
Se passarmos a ver os Orixás como
companheiros e não como empregados, podemos manter uma amizade maravilhosa e
assim, receber ótimos conselhos.
O que afinal incorporamos?
Incorporamos a energia, tanto que ela é oscilante. Ela não é estável. Podemos
não saber em um momento nada do que acontece e de repente, estar quase
consciente de tudo, bem diferente da incorporação na Umbanda.
Todas as oferendas que ofertamos
aos Orixás não são para eles comerem ou usarem. Simplesmente isso é como uma
alquimia a nosso favor. É como estar ofertando elementos que limpam nossa
mente, nosso caminho e a nossa intuição.
Oferenda é como fazer um almoço e
receber os amigos que podem nos ajudar com os assuntos. É como se fosse uma
reunião para que possamos obter ajuda e, o fato de você estar sempre em
contato, assim como as pessoas que conhecemos, faz com que eles também estejam
sempre por perto.
Nós somos energia e não um corpo
sólido e atraímos essa energia complementar para interagirmos melhor nesse
mundo. O objetivo de nossas vidas é nos tornarmos melhor, eliminarmos ou
controlar os egos e todo o nosso mau comportamento e é para isso que recebemos
essa forma de energia complementar. É como ser merecedor dessa ajuda e, se
soubermos trabalhar com ela, de maneira correta, podemos sim, voltar ao plano
espiritual com uma bagagem menor do que a que trouxemos.
Já passei por várias fases dentro
disso e inclusive já pedi ajuda e esperei a ação como se eles fossem empregados
e, por piedade, eles começaram a se comunicar de maneira sincera e evitar que
eu cometesse erros dizendo que tal coisa não era para mim ou que não me fariam
tão bem quanto eu pensava.
Eu reagia e me irritava mas
percebia que realmente eles tinham razão. Aí eu comecei a entender o bem que
eles me querem porque o verdadeiro amigo não é aquele que faz tudo o que
queremos sem medir consequências, e sim aquele que nos diz a verdade para que,
apesar de triste no momento, evitaremos um aborrecimento muito maior lá na
frente.
Todos queremos a felicidade, e
essa felicidade nem sempre é ter muito dinheiro porque ter dinheiro e viver no
inferno não é felicidade. Sentir uma paz e uma tranquilidade dentro de si é o
mais importante porque assim poderemos procurar melhor os meios de conseguir o
dinheiro de maneira inteligente e com menos esforço e também, de maneira mais
justa. Não adianta conseguir na marra as coisas e depois viver disputando a
posse ou viver perseguido de inveja e olho grande. Na paz, ninguém nos inveja
as posses e talvez tenha inveja do nosso equilíbrio e da nossa capacidade de
enxergar melhor as coisas que é o que acontece quando podemos ter a visão do
todo ao invés de uma visão limitada que a raiva traz.
Veja os Orixás como uma energia a
qual é compatível com a sua e os tenha como amigos. Converse com eles na
natureza e peça conselho e não as coisas. Garanto que isso funciona muito bem
desde que você tenha a coragem de ouvir um NÃO como resposta de vez em quando.
Axé a todos.
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